Piscicultura do DNOCS

Por Evandro Bezerra

É das mais profícuas a utilização das águas represadas pelo Dnocs na atividade pesqueira, não se limitando ao criatório de peixes. É muito mais que isso, indo até à pesquisa ictiológica e ao fomento em escala ampliada de espécies piscícolas, como também, a carcinicultura. Na arte de criar e multiplicar os animais aquáticos, objetos de aqüicultura, o Dnocs tem se destacado nacionalmente como uma instituição que tem proporcionado melhores condições de vida ao homem do interior do Nordeste brasileiro, desenvolvendo suas atividades em águas continentais como tecnologia da pesca, biologia e economia da pesca, sendo fato digno de elogio a introdução da tilápia nos açudes construídos por esta instituição, bem como a hipofisação artificial. A tilápia é um peixe de origem africana (tilápia do Nilo) e que vem se disseminando por todos os continentes. A hipofisição artificial é um processo de administração de hormônios de hipófise aplicada aos peixes de desova total para obtenção de reprodução dos mesmos em cativeiro.

Criado e aperfeiçoado pelos técnicos do Dnocs, o processo de hipofisação apressa a maturação de gônadas dos peixes e provoca, finalmente, a expulsão dos produtos genéticos. Foi obtido, pela primeira vez, em curimatã pacu, em desova provocada de reprodutores dessa espécie em cativeiro, sendo o sucesso desta tecnologia devido à superioridade do peso da mesma em relação as demais do Nordeste e a sua extraordinária precocidade.

Espécies de outros ambientes, como o apaiari, a pescada, o tucunaré, a tilápia do Nilo, foram incentivadas, além do famoso pirarucu, cuja criação e reprodução foi reativada depois de ter sido praticamente extinto dos açudes do Dnocs. Hoje, o Dnocs conta com vários empreendimentos desenvolvidos neste setor como implantação de unidades pilotos de beneficiamento, instalação de parques aqüícolas, instalação de unidades demonstrativas de produção de peixes e implantação de estações de pisciculturas, continuando, assim, a sua obra missionária de convivência com a seca no semi-árido equatorial nordestino.

Fonte: Opinião – Diário do Nordeste