Belo Monte

Por Cássio Borges

Como nos referimos no artigo anterior, publicado por este jornal no dia 30/06 último, os 11 mil megawatts da Usina de Belo Monte serão interligados ao sistema energético brasileiro.

Aproximadamente 16.000 pessoas deverão ser deslocadas da área que será inundada pela referida hidrelétrica mas, com certeza, o governo lhes dará e deverá lhes dar todas as assistências compensatórias, pois deve prevalecer os interesses maiores de toda população brasileira.

A Justiça Social entende assim. E assim deverão, também, entender as populações que serão reassentadas. A China decidiu construir a polêmica hidrelétrica de Três Gargantas, que obrigou a migração de mais de um milhão de pessoas.

A despeito do embate ambientalista, está com seu problema energético equacionado, depois de dezenas de anos de discussão que envolveu várias gerações.

Não há um paralelo com o caso do Açude Castanhão. O problema central das discussões em torno deste açude, que durou 14 anos, foi muito mais de natureza técnica.

Sua construção com 1,2 bilhão de m3 de acumulação d`água, em vez de 6,7 bilhões, além de mais econômica, praticamente, traria os mesmos benefícios, além de ter evitado o deslocamento de toda a população do município de Jaguaribara.

Oportunamente, falaremos melhor sobre este assunto.

Para nós nordestinos, a Usina de Belo Monte representa um passo importante no sentido de liberar o Rio São Francisco para que suas águas, no futuro, venham a ser usadas, prioritariamente, para atender às escassas disponibilidades hídricas de nossa Região.

Esta ideia tem por princípio básico a tese de que é mais fácil transportar energia da Região Amazônica do que água, visto que para transportar água é exigida uma série e dispendiosas obras hidráulicas, barragens, elevatórias eletromecânicas, etc.

Com elevados custos e impactos econômicos e sociais de grandes magnitudes.

Fonte: Diário do Nordeste