Seca no Nordeste brasileiro – O caminho para solução dos efeitos
Por Geraldo Pereira da Costa
A verdade nua e crua é que estamos caminhando para um terceiro ano de seca no nordeste brasileiro. Segundo afirma a FUNCEME, órgão técnico responsável pelos registros meteorológicos do Estado do Ceará. Cabe a nós, pedirmos a Deus, que tal fato não se consuma.
Infelizmente, nos dias atuais, não temos como contradizer a ciência. Mas a fé remove montanha e é nela que estamos pendurados. Enquanto vida há sempre a esperança. Embora se comentem que a seca é um fator natural, e o que temos a fazer é conviver com ela, não posso concordar em parte, porque não devemos nos habituar com o que é ruim. O convívio é simplesmente ter-se que aturar coisas ou pessoas.
Eu sou sim, a favor, que se estabeleçam meios de dar cabo à aridez, através de métodos de açudagem, que possam acumular água, exemplo hoje confirmado com as construções de barragens feitas pelo DNOCS. Pensemos bem se este Departamento histórico não tivesse partido para construir estes reservatórios, o Nordeste existiria, por acaso? No entanto, assim como o filme “Esqueceram de mim”, o DNOCS se apresenta como o filme “Deixaram-me de lado”. E isso é ruim para o nordeste e para o povo que o habita.
A situação hoje vivida por todas as criaturas da nossa região, é proveniente da teimosia de gestores públicos, que embora conheçam a capacidade do DNOCS no desenvolver projetos de irrigação e no que se refere à construção de obras de acumulação de águas para prevenção do futuro, não fazem, ou não se interessam em fazer, junto ao DNOCS, uma discussão consensual a esse respeito.
Possível terceiro ano consecutivo de seca, estorricando mais as terras sertanejas, e formando uma paisagem triste e dolorida. A seca é natural, sabemos. Porém, não temos como compreender, é que, numa situação como essa, o governo federal, através dos seus auxiliares diretos não enxergam a verdadeira forma de acudirem ao sertanejo, colocando o DNOCS a serviços desse povo tão espezinhado e cheio de lamentos.
Essa teima excessiva é produto dos que não têm a visão de futuro. Pensam apenas no presente, refletindo que, a eles, o futuro não interessa. É bom lembrar que em épocas passadas, não se via tanta miséria humana no Nordeste brasileiro, considerando a participação do DNOCS nas obras estruturais de combate aos efeitos da estiagem. Esquecer disso é ter tido a infelicidade de alienar-se ou mesmo ser acometido da chamada doença de Mal de Alzheimer.
Não obstante a todos estes fatos, há ainda, indivíduos que não atentam para a consciência, o senso e nem a razão, quando, por motivos preconceituosos contra o Nordeste, aviltam também a sua imagem e desfiguram a verdade dos fatos, consequentemente criando um estado de animosidade, dentro e fora do governo.
Como já disse o Apóstolo Paulo: “precisa-se combater o bom combate”. Para tanto, cabe agora aos nossos representantes políticos, nas duas casas do Congresso Nacional, sensibilizarem ao governo da necessidade urgente de resolverem de vez a situação do DNOCS, visando dirimir a vida dos sertanejos, esses homens do campo que produzem o alimento que salva a vida.
Construir mais Açudes, é ter a certeza de mais água acumulada; acumular água, é garantir a irrigação normalizada; normalizar a irrigação, é garantir a safra do agricultor.
Vou encerrar este escrito, avisando que o povo nordestino clama, e com razão, porque não é fácil se ver pluviômetros vazios, e, se neles constarem algumas gotas d’água, podes crer, são lágrimas que caem dos olhos dos que se lamentam e choram.
REFLETIR NÃO FAZ MAL A NINGUÉM, AO CONTRÁRIO, RESOLVE PROBLEMAS