Cássio Borges recebe homenagem no Dnocs
A foto registra o momento em que o diretor-geral do DNOCS, engenheiro Ângelo Guerra, entrega ao engenheiro Cássio Borges, ex-diretor regional, ex-diretor da Diretoria de Estudos e Projetos e ex-chefe da Divisão de Hidrologia daquele Departamento Federal, um diploma “pela sua dedicação, eficiência e colaboração no trabalho prestado para o engrandecimento deste Departamento e do Semiárido do Nordestino”. A homenagem foi agraciada ao referido engenheiro nas festividades comemorativas dos 109 anos de existência daquela instituição. Ao agradecer esta honrosa deferência das mãos do próprio diretor-geral daquela autarquia, o referido técnico disse sobre a sua participação em pelo menos duas importantes obras daquele órgão: o Açude Orós, no estado do Ceará; e a hidroelétrica Boa Esperança, no estado do Piauí.
Sobre o Orós, falou que o referido açude foi projetado na década de 20 para acumular 4 bilhões de m³ de água, mas quando foi diretor daquela instituição, na década de 70, mandou reduzir a capacidade de acumulação daquele reservatório para apenas 2 bilhões de m³. Sobre a Barragem de Boa Esperança, no estado do Piauí, ainda engenheiro recém-formado pela Escola Politécnica de Pernambuco, foi designado, em 1962, pela Direção Geral do DNOCS, para fazer uma visita em Teresina ao então governador, Chagas Rodrigues, no sentido de ele apoiar o DNOCS no seu intuito de construir aquela obra que, à época, era questionada pela SUDENE quanto à sua viabilidade econômica e social.
Falou que foi acompanhado na referida visita do engenheiro David Kitover, um dos mais conceituados técnicos daquele Departamento Federal naquela ocasião. Os dois representantes do DNOCS foram recebidos pelo governador Chagas Rodrigue no Palácio Karnak, sede do governo estadual.
”Em dado momento, após ouvir o objetivo da visita dos técnicos do DNOCS, o governador levantou-se e de joelho, pegou com as duas mãos um crucifixo que estava na parede, por trás de sua poltrona, e disse: CONSTRUAM ESTA BARRAGEM, ELA É A SALVAÇÃO DO PIAUÍ”.
Cássio, que já foi convocado pela Assembleia Legislativa do vizinho estado para contar esta comovente história, disse que foi designado pela direção geral do DNOCS para providenciar os estudos hidrológicos da referida obra, tendo passado, para isto, seis meses na cidade de Floriano, além de ter acompanhado os estudos iniciais de sondagem geológica, topografia e cartografia do eixo da barragem.
Importante registrar que há mais de 40 anos, após a deliberação de reduzir a capacidade de acumulação do Açude Orós, as técnicas de construção de barragens, ditadas pela moderna Ciência Hidrológica, confirmam o acerto daquela histórica decisão. Á época, uma das justificativas se fundamentava no fato de que, com uma acumulação de 2 bilhões de m³ a vazão regularizada daquele reservatório era de 12 m³/s. Se passasse para 4 bilhões de m³, a vazão seria de apenas 16 m³/s, um aumento de apenas 4 m³/s, ao contrário do que, até então se imaginava, que a vazão aumentava proporcionalmente à sua capacidade de acumulação.