A mais recente situação do nordeste em relação a seca
Geraldo Pereira da Costa
Assessor de Comunicação da ASSECAS – Aposentado do DNOCS
geraldopcosta@yahoo.com.br
No atual momento está difícil se prevê, para daqui a certos meses, como vai ficar a situação do nosso povo nordestino que já começa a sentir os efeitos malignos que o tempo nos trás. Nunca, em tempo algum, o Nordeste passou por uma crise tão séria como o de agora, quando já completa oito longos anos de estiagem. Lamentar é preciso, considerando que não temos nenhum controle sobre a natureza. O fenômeno é imprevisível, e, sendo assim, temos que esperar mesmo que o tempo mude e nos ajude na nossa sobrevivência.
Em alguns momentos passamos por crises fatídicas com a ausência de chuvas, mas não como agora, que já perfazem oito anos consecutivos, onde as terras ficam totalmente estorricadas sem permitir plantações algumas, cujo perigo ameaçador de não produzir a alimentação necessária para nutrir o pobre sertanejo. A família inteira do sertão sofre com os efeitos que esse fenômeno desnaturado presenteia.
Segundo o Jornal Nacional de 18 de setembro do ano em curso 2018, o mesmo traz a notícia de que os Açudes Cantareira em São Paulo, Furnas no Paraná e Sobradinho na Bahia, estão com os níveis muito baixos e só retornarão aos níveis normais em 2025, sendo isso um indicativo de seca até aquele ano.
E também se tem a notícia de que o fenômeno El – Nino já se apresentou com um cenário muito forte, indicando seca no Nordeste brasileiro. Diante de tais acontecimentos, devemos nos preparar para conseguirmos meios de sobrevivência na forma em que for possível, pois ninguém é capaz de viver sem água.
A situação tende a ficar pior, principalmente, se levarmos em consideração as artimanhas do Estado em já prevenir à sociedade nordestina de que o uso da água poderá se tornar mais caro depois que a transposição do São Francisco já tiver terminado.
Vejam que é um bem que poderá acarretar um mal, pois, o parco salário que se ganha hoje, comprometido com a alimentação, roupas e calçados, já não dá para arcar com despesas maiores, colocando assim, as pessoas, na situação pior do que a que já vive. É um verdadeiro jogo de xadrez onde as pessoas são levadas a um xeque-mate.
Termino por dizer que não temos como traduzir esse fato como legitimamente normal, se colocarmos os seres viventes como dependente das ações contrárias. Vou mais além, se nos perguntarmos, a nós mesmos, se merecemos tal condição, a resposta será a de que pessoas inconscientes contribuem para isso, quando aqueles que cortam as madeiras e usam elementos químicos que atingem a natureza.
Somos sim, culpados, de alguma forma, levantando a questão de que praticamos atos incomuns contra a própria natureza.