Dnocs, um bem quase que esquecido

Por Geraldo Pereira da Costa

A região do Nordeste passa por um momento de transição, entre quatro anos consecutivos de seca, 2012 e 2015, e a espera de uma quadra chuvosa em 2016. O ano que se avizinha, para todos nós, é, sem sombra de dúvida, uma incógnita, nesses termos, porque a própria FUNCEME, através do seu Presidente, descarta uma previsão positiva, pelo menos agora, se haverá inverno ou não.

Diante do que vivemos no momento, o mais importante é voltar a insistir do governo a compreensão, embora isto não traduza um fato novo, de que temos a obrigação de criarmos novas condições que nos leve a um futuro mais promissor, nos livrando dos transtornos que a seca fomenta.

A escassez de águas, em função das condições climáticas, a crescente demanda pelo seu uso e os conflitos decorrentes destas contradições, estimulou avanços significativos no gerenciamento das águas, fatos estes que poderiam estar melhor, se o DNOCS já tivesse sido reestruturado e, em conseqüência, assumido o seu verdadeiro papel, que é o de combater os efeitos que a seca provoca.

Quando falamos no gerenciamento de recursos hídricos de forma integrada, infelizmente o DNOCS, como um órgão especialíssimo nessas ações, fica inteiramente fora das discussões, gerando assim um conflito maior. O movimento de cidadania pelas águas no Nordeste, tem provocado MANIFESTAÇÕES da sociedade, na busca de novas formas de gerir recursos hídricos na região.

Como se sabe, a água é um ELEMENTO VITAL para a sobrevivência dos seres vivos, e sem ela não seria possível a vida em nosso planeta. O planeta terra, apesar deste nome, para quem estuda os seus fenômenos, sabe que a terra está contida, na sua maioria, de água. No entanto, 99% do produto não podem ser utilizado para uso humano. Ou melhor, não se apresenta como água potável.

Ao sabermos que a água propicia vários tipos de uso, isto é, múltiplos usos, tais como: abastecimento humano e animal; irrigação; abastecimento industrial; geração de energia; navegação; pesca; piscicultura; recreação e esportes, assimilação de esgotos urbanos e industriais. Por isso temos que lutar por mais demanda, porque o futuro se aproxima, trazendo com ele a certeza de uma explosão demográfica sem precedente. Como é sabido.

É de suma importância registrar aqui a fala do ex-ministro GUSTAVO KRAUSE, em época não muito distante, que disse: “COMO ÓRGÃO DE RECURSOS HÍDRICOS DO SEMIÁRIDO, SABIDAMENTE CARENTE DESTE INSUMO VITAL, COMPETE AO DNOCS, PROMOVER A SUA SUSTENTABILIDADE, EM PARCERIAS COM OS SEUS NATURAIS SÓCIOS NESTA EMPREITADA: OS ESTADOS E MUNICÍPIOS DO POLÍGNO DAS SECAS”.

Infelizmente, é bom registrar: caíram por terra as magníficas palavras do ex-ministro. Será que o atual Ministro da Integração Nacional conserva o mesmo pensamento?

Á hora é, portanto, de deixarem de lado os preconceitos excludentes e se construir um processo de integração entre as massas, com afirmação de cidadania, no qual deve ser incluída a formulação de um projeto racional, para o movimento auto-sustentável, visando minimizar o flagelo humano que ora se evidencia nos sertões nordestinos.

O DNOCS tem um papel a desempenhar, por ser visto como detentor de preciosas ferramentas de trabalho e reconhecidamente um provedor de recursos hídricos. Deixa-lo de fora dessa situação, é querer desprezar uma região tão carente de recursos dessa natureza, e infernizar a vida dos nordestinos.

PDF