Em defesa do Dnocs
Por Edilton Saldanha – Jornalista
Folheando os jornais que circulam em Fortaleza, me deparei com vários temas, porém os mais comuns, nos veículos, foi a temática da seca, que, por mais um ano, está prevista. O governador Camilo Santana anunciou, em abril, calamidade pública em 28 municípios. A situação já havia sido reconhecida pelo governo federal em outros 67, totalizando 95. Mais da metade das cidades cearenses enfrentam problemas com a seca (51,6%), que já chegam à Região Metropolitana de Fortaleza. Dos que entraram na lista, três são da área: Caucaia, Cascavel e São Gonçalo do Amarante. Ressalto que, em janeiro de 2014, conforme declarações do chefe do Serviço de Monitoramento dos Reservatórios do Dnocs, André Mavignier, o Açude Castanhão estava com 2,6 bilhões – 39 por cento da sua capacidade e, hoje, sua reserva não passa de 21 por cento Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, esclarece que há um conjunto de ações do plano de contingência contra a seca. Entre as medidas, informa que tem a operação carro-pipa. Conforme Camilo Santana, a presidente Dilma Rousseff deverá anunciar, nos próximos dias, R$ 22 milhões para a operação no Nordeste. Outra ação é a construção de poços profundos. A meta é fazer mais 700 até o fim do ano. O secretário destaca que seguem as obras do Cinturão das Águas, monitorando o projeto de integração do Rio São Francisco para que os recursos hídricos cheguem ao Ceará em 2016. Cita-se o Governo do Estado, a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), mas o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs, que é vinculado ao Ministério da Integração Nacional, e que teve como seu titular, o atual secretário de RH, Francisco Teixeira, por quase dois anos, não é lembrado. Portanto, ninguém melhor para saber da capilaridade técnica que o Dnocs ostenta ao longo dos seus 105 anos, e que até hoje apesar dos problemas climáticos que castigam o Nordeste brasileiro, não deixa faltar frutas e hortaliças nas mesas dos brasileiros. Está na hora dos servidores; colaboradores terceirizados; estagiários; fornecedores; sociedade num todo, e ainda, sindicato, associações, darem as mãos para salvarem o Dnocs, com o devido apoio dos políticos, que utilizam o departamento como ninho de emprego para os seus apadrinhados políticos nos cargos de diretores e coordenadores. Por fim, devo alertar os servidores e a sociedade que fiquem vigilantes com nomeações de gestores paraquedistas, que não estão imbuídos de nenhuma proposta saudável para o órgão, nem tampouco para servidores e sociedade.
Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/em-defesa-do-dnocs