O Dnocs como fator de desenvolvimento regional
Por Clésio Jean Saraiva
A Seca como bem sabemos é um fenômeno cíclico, sempre existirá e ocorre de forma mais presente na área conhecida como semiárido, entretanto, dadas às condições atuais de degradação ambiental vem se alastrando para outras regiões e causando prejuízos de grande monta, promovendo, inclusive, a desertificação de imensas áreas no Nordeste brasileiro.
A primeira grande seca conhecida data de 1583 a 1585, foi relatado pelo padre Fernão Cardin, ocorreu nos sertões da Bahia e de Pernambuco dizimando canaviais e plantações de mandioca, provocando a fuga de cerca de cinco mil índios, socorridos pelos brancos que já começavam a colonizar aquelas terras.
Em decorrência das secas dos anos de 1908 e 1909 foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas IOCS, que após várias secas, 1910; 1914/1915; 1919/1921; 1932 e 1945 foi transformada no DNOCS.
Até a década de 70 o país e principalmente o Nordeste eram essencialmente agrícolas e a região nordestina era bem mais vulnerável as secas, sendo necessário se promover ações que resultassem em seu desenvolvimento.
Os Planos Nacionais de Desenvolvimento I e II, lançados com a finalidade de promoverem o desenvolvimento regional, conferiam, para a Região Nordeste as seguintes prioridades: redução de desequilíbrios regionais; elevação dos níveis de renda nordestina; aproveitamento de potencialidades na agricultura e pecuária; utilização racional de riquezas minerais; desenvolvimento racional da indústria; e a valorização de recursos humanos.
O DNOCS teve participação ativa neste esforço quando internalizou na região recursos da ordem de US $ 29.808.672.384,50 (vinte e nove bilhões, oitocentos e oito milhões, seiscentos e setenta e dois mil, trezentos e oitenta e quatro dólares e cinqüenta centavos de dólares) ao longo dos seus 104 anos de existência.(*) Ao cambio de R$ 2,22 por dólares resulta em R$ 66.175.252.693,59 (sessenta e seis bilhões, cento e setenta e cinco milhões, duzentos e cinqüenta e dois mil, seiscentos e noventa e três reais e cinqüenta e nove centavos).
Esses recursos representam a quantia de R$ 636.300.506,67 (seiscentos e trinta e seis milhões, trezentos mil, quinhentos e seis reais e sessenta e sete centavos) injetados por ano na economia nordestina, na forma de custeio e investimento, inclusive salários dos servidores, que já foram mais de 13 mil, quando o Órgão executava diretamente suas obras. Após o advento do decreto-lei 200 na década de 60, passou a executar obras na modalidade de contratação.
Com seus salários os servidores, inclusos os cassacos, o chamado pessoal de obras, iam às compras, promovendo o crescimento das economias locais, criando e formando os filhos. Muitos Engenheiros, Médicos, Economistas, Arquitetos, Administradores e outros profissionais que hoje engrandecem com suas habilidades os Estados da região são filhos e ex-servidores do DNOCS.
Obs: no PDF há o gráfico que mostra a aplicação dos recursos ao longo dos 104 anos e o quadro que mostra a destinação em alguns governos para efeito de comparação