Previsão de seca


Por Edgar Carlos de Amorim – Desembargador

Segundo noticiaram os jornais da semana passada, com base nos informes da Funceme, 2016 será mais um ano de seca no Ceará. As nossas fontes de alimentação de água já estão quase esgotadas, e, sem água, ninguém vive. Então compete ao atual governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, cujos primeiros passos à frente da administração do Estado bem demonstram que não está para brincar e sim para trabalhar. Pois bem, uma das soluções está à vista, isto é, a dessalinização da água do mar. Aparentemente, não parece fácil, contudo o mais difícil e caro parece ser a energia para movimentar as máquinas que fazem a dessalinização.

Na Arábia Saudita, onde não cai um pingo de chuva, essa foi a solução adotada. No caso deles, os grandes motores são movidos à energia de óleo diesel, pois, conforme é sabido, petróleo naquela área eles possuem com fartura. Não o temos tão fácil assim, mas a energia eólica podemos produzir em abundância, já que, na estrada que dá para Taíba, existem grandes cataventos, invenção alemã, já produzindo energia suficiente para movimentar estas máquinas de dessalinização. Todos foram fabricados lá, bem perto do local chamado Parada.

No nosso país mesmo, mais precisamente em Fernando de Noronha já há a dessalinização cujas águas usadas para beber, cozinhar, se banhar e tudo mais para as necessidades humanas, são todas vindas do mar, por meio de dessalinizadores. Então por que razão o governador Camilo não começa a fazer um estudo para dar início a colher água doce fruto da dessalinização?  Na realidade, quando éramos marinheiro, isto é, pertencente à gloriosa Marinha do Brasil, viajávamos no navio Ilha Grande, que por aqui passamos (6) seis vezes a caminho de Curaçau, ilha situada nas Antilhas, pois bem, nele existia um pequeno dessalinizador; bastávamos apertar um botão que podiam nele tomar água igual à da chuva.

A energia colhida do sol já pode ser vista em Tauá, pode-nos perfeitamente ajudar nesse processo de dessalinização. Basta para isto conseguir as placas solares. A Alemanha, em todos os seus sítios, tem em abundância diversos tipos de energias. Em Portugal, são aproveitadas as ondas do mar para movimentar geradores diversos que produzem muita energia. Então, não seria o caso de procedermos do mesmo modo, a fim de pudéssemos utilizar da mesma força motriz no impulsionamento dos dessalinizadores? Outra solução que poderia vir a ser adotada seria extração de água através de poços profundos, que, quando salubre, deve ser usado idêntico processo e cujos custos da construção de tais poços não são caros.

Fonte: Jornal O Estado