Seca Secular
Edilton Saldanha – Jornalista e servidor do DNOCS
Não é de hoje que nós nordestinos somos vítimas da falta de chuva – suficiente para manter o abastecimento humano e animal com água, como também para a produção agrícola. A seca também conhecida, no meio rural, como estiagem repete-se ao longo dos anos – basta dizer que, em 1909, ou melhor, há mais de um século, o presidente Nilo Peçanha, no final do seu governo, criou a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), com base em estudos feitos pelas Comissões Científicas Exploradoras (1856 -1861).
De lá para cá, a instituição passou por mudança de nome duas vezes, mas sem deixar de enxergar a sua missão e visão – que juntas devem fazer com que o homem nordestino, do campo, permaneça no seu torrão, produzindo as riquezas, que a natureza oferece quando bem cultivadas.
Com esse objetivo, construiu, a longo nos seus quase 106 anos (completa dia 21 de outubro), grandes barragens, pequenos açudes, perfurou mais de 15 mil poços profundos, implantou sistemas de abastecimentos de água, construiu adutoras, desenvolveu a piscicultura, implantou grande perímetros irrigados, construiu estrada de rodagem e férrea, implantou sistemas de abastecimento, rede de energia elétrica etc. Lembrando que muitas dessas atividades, ainda, sendo executadas.
Então, diante da exposição da brilhante atuação do Dnocs no semiárido do Nordeste brasileiro, não é necessário que candidatos a cargos eletivos, nas próximas eleições, venham com discursos vazios de que irão criar políticas (pseudo), que nunca existiram por interesse de governantes, e sim somente pela iniciativa dos servidores do Dnocs, com o apoio de poucos homens públicos, do sindicato e das associações dos mesmos.
Não é preciso promessas de “palanques”, na propaganda itinerante ou televisionada, à criação dessas ações. A sociedade sabe muito bem que a solução para uma boa convivência do agricultor no seu habitat é imprescindível a construção de uma reestrutura para o Dnocs, oferecendo-lhe um organograma, que englobe as verdadeiras necessidades da região Nordeste, e ainda promovendo a implantação de um PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários), aos seus abnegados servidores. E muito mais, a realização de concurso público, imediato, haja vista que o quadro funcional está apto à aposentadoria até 2019.
Portanto, observemos que, sempre, estamos a presenciar candidatos que, não tendo mais o que lançar às mãos, procuram as mais catastróficas problemáticas, para nelas se apoiarem, criando seus discursos já auscultados pelos eleitores.
Fonte: Opinião – Jornal O Estado (Quarta-feira, 27 de agosto de 2014 )