Usina de Belo Monte
Por Cássio Borges
Leio na coluna de Mirian Leitão do Diário do Nordeste de quinta-feira, dia 24, seus comentários a respeito da construção da Usina de Belo Monte no Rio Xingu, no Pará. Um dos seus argumentos contrários à referida obra é quanto ao custo que ela afirma ser da ordem de R$ 19 bilhões.
Ela diz que poderá chegar à R$ 30 bilhões. Sem querer me posicionar contra o programa Bolsa Família do governo federal, mas com o único propósito de fornecer dados para reflexões do leitor, afirmo que neste ano de 2010 o mesmo vai gastar R$ 13 bilhões que, em três anos, corresponde a 20 bilhões de dólares, o equivalente aos dispêndios da União, através do DNOCS, nos seus 100 anos de existência.
A Usina de Belo Monte vai beneficiar toda a população brasileira, devendo gerar 11 mil MW, que será interligado ao sistema energético do País.
Atualmente, a saraivada de críticas dos ambientalistas recrudesceu desde quando o cineasta canadense James Cameron, em maio último, visitou o local da obra e, alegando motivos ecológicos e ambientais, passou a liderar uma campanha mundial contra a construção daquela hidrelétrica. Em outro espaço da mídia cearense, já me manifestei a favor da construção da Usina quando destaquei a importância daquele empreendimento também para a nossa Região. Na ocasião, fiz um paralelo entre a Barragem do Castanhão e a de Belo Monte.
A primeira deverá inundar, em seu espelho d´água máximo, 800 km2, tendo desalojado 15.000 pessoas. A de Belo Monte, que no seu projeto original iria inundar 1.200 km2, foi reduzida para apenas 516 km2, dos quais 200 km2 já são inundados pelas cheias normais do Rio Xingu e deverá transferir 16.000 pessoas. Portanto, a Usina de Belo Monte será ao “fio d´água”, não havendo necessidade da construção de reservatórios de acumulação d`água. Afinal, o que representa 300 km2 na imensa Região Amazônica? O desmatamento de mais de 10 mil km2 naquela região em um único ano, preocupa.
No caso de Belo Monte, devem prevalecer os interesses maiores do povo brasileiro que será o grande beneficiado pela construção desse empreendimento, desde que a população atingida seja esclarecida e compensada.
Fonte: Diário do Nordeste