Água – Essência da humanidade ou simplesmente um produto em via de negócio?

ALUISIO BASTOS PEREIRA
Presidente da ASSECAS
Coordenador de Finanças do SINTSEF-CE
aluisiobastospereira@hotmail.com

Grandes corporações querem o controle da água para mercantilizá-la no mercado global e assim lucrar e distribuir ganhos a seu grupo de investidores. Isso é inaceitável! É um retrocesso tornar a água mera mercadoria e isso levará o mundo a um futuro ainda mais injusto e perigoso. É injusto porque representa o domínio de poucos sobre o direito de todos. Corporações multinacionais dominam fontes de água em todo o mundo e intervém diretamente na soberania dos países que possuem essa abundante riqueza. Participar do FAMA e combater essa ameaça à vida de todos os povos é uma necessidade no momento, e em dias alternados.
A natureza se recria e a água é continuamente renovada em ciclos hidrológicos. Mas nosso planeta sofre uma intensa destruição por algumas ações e atividades desumanas ambiciosas e irresponsáveis. O sistema econômico e global capitalista e extremamente predatório, cumulando impactos ao meio ambiente e provocando mudanças climáticas, poluição e destruição do ecossistema essencial para a renovação da água. Resoluções das Nações Unidas reconhecem que a água e o esgotamento sanitário são direitos fundamentais. Não há vida sem água, ela é reconhecida como um bem comum, vital e finito que deve ser compartilhado entre toda a humanidade e os demais seres vivos. Do meu ponto de vista, acho que a água deve ser um elemento natural de interesse da humanidade.
Setores populares, comunidades tradicionais e povos indígenas enfrentam os agentes da devastação, visando oferecerem alternativas concretas de conservação dos biomas, reflorestamento, recuperação das áreas, produção de alimentos com agro florestal, tratamento de resíduos e manejo sustentável dos mananciais.
Dizendo isso, estamos simplesmente contribuindo para o chamamento de atenção da sociedade numa reflexão de bem estar humano e social.
Segundo noticiários da imprensa de um modo geral, o Fórum Mundial da Água tem como objetivo a privatização da mesma.
Sendo o Brasil o maior detentor de água tanto superficial como subterrânea do mundo, não descartamos a possibilidade de que o nosso país esteja na mira da cobiça internacional, como, por exemplo a da internacionalização da Amazônia, projeto de algumas organizações estrangeiras e governos mundiais.
A água é um bem finito num planeta também finito e dela dependem múltiplas atividades. Assim, demonstra-se claramente a impossibilidade de um crescimento permanente devido a escassez desse recurso o que seria uma aplicação prática do célebre Limites do Crescimento do Relatório do Clube de Roma de 1972, daí a exigência de uma gestão eficaz do líquido precioso principalmente em uma região endorréica, como é o caso do Nordeste brasileiro.