Os recursos hídricos do nordeste

Evandro Bezerra Engenheiro Agrônomo – Diretor de Ação Social da ASSECAS
evandrobezerra430@gmail.com

A REGIÃO Nordeste do Brasil tem uma área de 1.560.000Km² na qual está inserida a sua região semiárida com 960.000Km² considerada por um Superintendente da CHESF como área de segurança nacional devido o problema da seca.

Foi exatamente o problema da seca no semiárido nordestino que mereceu a intervenção do governo federal com a criação do DNOCS, em 1909, que, com as suas obras, entre elas a sua rede de açudagem fazendo água, evitou a repetição de tragédias humilhantes e degradantes à pessoa humana, como a da seca de 1877-1879, na qual morreram mais de 1.500.000 pessoas.
Hoje vivenciamos 7 anos consecutivos de seca que tem como causa possivelmente mais os parâmetros orbitais da terra como o ângulo de inclinação do nosso planeta e os movimentos da terra que não podem ser alterados pelo homem, e, a circulação global da atmosfera, portanto, obedece a esses parâmetros orbitais.

Não faz muito tempo, ainda no segundo semestre de 2018, o noticiário da televisão anunciava que grandes reservatórios como Sobradinho na Bahia, estava com aproximadamente 20% de sua capacidade, e que, ela só atingiria o seu nível normal em 2025. Isto é um péssimo indício de seca prolongando-se, muito embora existam poucos cientistas da meteorologia afirmando que a partir de 2020-2030 teremos, no Nordeste do Brasil, 10 anos ininterruptos de boas chuvas. Praza aos céus que isso aconteça.

O Brasil detém 14% das reservas de água do mundo que tem a seguinte distribuição no Brasil: 80% na região amazônica, o maior pólo hidrológico do planeta; 17% nas regiões sul, centro sul, e centro-oeste, e 3% na região Nordeste. Dos 3% das reservas de água doce do Nordeste, 63% estão no Rio São Francisco que vem sofrendo secas desde algum tempo, 15% no rio Parnaíba e 22% nas bacias deficitárias da nossa região e nos aqüíferos próximos à sua zona costeira.
As bacias de regime cortado do Nordeste semiárido não possuem deflúvios próprios de sustentabilidade daí o artifício de engenharia hidráulica de transferência de águas de bacias superavitária como a do São Francisco para as bacias deficitárias como as do Rio Jaguaribe, Ceará, Piranhas Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, a do Paraíba do Norte, na Paraíba, o Rio Apodi, no Rio Grande do Norte e o Moxotó em Pernambuco.

Água subterrânea verdadeiramente não temos, porque a maior parte do nosso território é possuidor de uma geologia perversa cristalofiliana que não armazena água no subsolo a não ser em poucas áreas sedimentares, pois, com a implantação e a operação do Pólo industrial do Porto do Pecém, começaram a surgir a existência de aqüíferos no Ceará, pois o nosso Estado não tem água para siderurgia.

A água é um bem finito, e como tal, vejamos a sua distribuição e a sua aplicação no planeta terra.
94% – nos oceanos e mares, impróprios para o consumo humano, apesar de que os oceanos são o útero da vida, porque dele se originou a terra. 4,34% – subsolo,1,65% – gelo e geleiras, 0,01% – rios e lagos.
Como vimos, apenas 1,66% são de água doce e somente 2% estão disponíveis para o consumo humano e 1% da água do mundo, que é água renovável, sustenta 5% da população da terra.
Do ponto de vista de consumo, temos: Irrigação 70%; indústria 24%, e doméstico 6%.
E o Nordeste é aquilo que o autor falou linhas atrás e a própria transposição do São Francisco, hoje, não é um a segurança hídrica.

Já o projeto Tocantins foi engavetado no Senado Federal, pela senadora Kátia Abreu, que emitiu um parecer contrário, alegando que o rio Tocantins não tem vazão suficiente para abastecer o São Francisco.

Ledo engano ou desconhecimento da realidade hidrológica da Senadora Kátia Abreu?